(fala-se em 4 milhões de pessoas na Virada Cultural. Fonte: O Estado de São Paulo)
Acesso livre à cultura!
Foi a primeira vez que fui à uma Virada Cultural e já digo de cara: Parabéns à Prefeitura por essa excelente iniciativa. Sem demagogia ou pieguisse! O livre acesso à cultura deve ser promovido em todos os pontos (e não apenas ao software livre, que é o que defendo aqui neste blog). Dar a chance à população ampliar seus horizontes e sair da limitação que a caixa da TV impõe é fundamental.
Foi a primeira vez que fui à uma Virada Cultural e já digo de cara: Parabéns à Prefeitura por essa excelente iniciativa. Sem demagogia ou pieguisse! O livre acesso à cultura deve ser promovido em todos os pontos (e não apenas ao software livre, que é o que defendo aqui neste blog). Dar a chance à população ampliar seus horizontes e sair da limitação que a caixa da TV impõe é fundamental.
A distopia noir.
Este termo se refere àqueles filmes com um panorama futurista caótico. Normalmente mais escuros, envolvem tramas complexas e intrigantes: Blade Runner, V for Vendetta e Sin City são exemplos destes cenários de ficção. Mas que diabos isso tem a ver? Bom, só estando às 3h da manhã no centro histórico de São Paulo pra entender realmente do que estou falando. A sensação é de completa imersão em um submundo. Sociedades complexas e seus guetos espalhados pelas calçadas e em volta dos palcos. Punks, indies, clubbers e o que mais você quiser. Todos com o mesmo objetivo: Consumir cultura. Esta é desta distopia que falo. Um evento que muda completamente um local, reune pessoas e torna a experiência realmente rica.
(obs importante: Entenda cultura como toda forma de expressão e arte. Seja uma banda barulhenta, um poeta e sua trupe ou um grafiteiro demarcando sua tribo.)
As atrações que vi:
Fomos ao Sesc Ipiranga com o objetivo de ver Fernanda Porto e acabamos vendo uma mostra de cinema com um breve episódio de Charles Chaplin e a banda Sandália de Prata. Esta última é uma banda bastante agradável de samba-rock, ritmo dançante e envolvente. Fernanda Porto dispensa comentários. Uma musicista de primeira que mandou muito bem em todos os intrumentos que tocou: Saxofone, percursão, teclado, violão e guitarra. Tocou hits de seus dois álbuns, Samba Dois de Los Hermanos e ainda duas músicas que já estão no álbum novo. Simplesmente fantástico.
Depois de perambular pelo centro, ver o finalzinho de Paul Di'anno, tirar um cochilo no meio da República (feito Woodstock) e tomar uns tragos de conhaque pra esquentar a alma, resolvemos ir até a São João e esperar pelo Teatro Mágico. A espera nos surpreendeu com um grande presente: A alvorada. O amanhecer visto da Avenida São João foi indescritível. E o belíssimo dia que surgiu veio acompanhado do show do Fernando Anitelli e sua trupe.
O Teatro Mágico veio e lotou (ainda mais) a avenida. Suas músicas poéticas e seu show performático encantou a todos os presentes. Seu discurso quase comunista de compartilhamento livre de conteúdo me cativa demais. Um viva à cultura livre. Um viva à midia independente. :-)
Pontos fracos.A sugeira. Definitivamente o ser humano não sabe o lugar de lixo. Isso (infelizmente) completa ainda mais a cena distópica do centro de São Paulo. As ruelas e travessas viraram mictórios públicos. O odor forte e a sujeira fora o ponto mais baixo do evento.
Ponto fortíssimo:
A cobertura do Radar Cultura foi excelente. Fora a cobertura pelo Twitter, com informações sendo lançadas em tempo real, houve também um serviço colaborativo de cobertura do evento. O Radar Cultura disponibilizou um número de telefone fixo, para o qual um cidadão poderia ligar de onde estivesse e dar seu depoimento: Está bom, está ruim, está com fila... E o resultado é um grande jornalismo de vanguarda. Um jornalismo 2.0 :-) (Devo escrever ainda esta semana no oniscienteColetivo sobre este grande exemplo de jornalisto 2.0 que é o Radar Cultura)
Dicas de um novato em Virada Cultural:
- Leve uma blusa. De madrugada a temperatura costuma despencar.
- Recomendo levar um saco de dormir. Você pode dormir no gramado da praça da República sem necessariamente criogenar seus órgãos vitais.
- Use calçados confortáveis e que não entrem água facilmente (vide tópico sobre os pontos negativos)
- Programe-se bem. Marque o que quer assistir e, se estiver em grupos de amigos múltiplos de 4, considere a opção de pegar um taxi e dividir os custos.
- Vale MUITO a pena dormir de madrugada (caso este período não tenham eventos que te interessem, claro). Muitas atrações interessantes ficam no final do segundo dia, e quem não guardou energia não aguenta mesmo.
- Leve uma câmera decente e fotografe tudo.
"Tudo vale a pena quando a alma não é pequena" - Fernando Pessoa.
Ver seus artistas prediletos, perambular pelo centro antigo de madrugada e ainda ver o sol nascer na Avenida São João nem te faz lembrar da exaustão física. Só me dei conta disso quando cheguei em casa... :-)
Minhas fotos:
http://www.flickr.com/photos/otubo/tags/viradacultural/
Meus vídeos:
O Teatro Mágico - Ana e o Mar
Fernanda Porto - Perdi o Ton
Fernanda Porto - Só tinha que ser com você