Em época de Big Brother na Globo, todo mundo eufórico pra saber quem vai pro paredão ou quem pegou quem, eis que surge Google Latitude. E eu me pergunto: O que está acontecendo com a cabeça da moçada? À medida que as tecnologias de comunicação evoluem, a vigilancia da informação está aumentando no sentido contrário. Prof. Luli contou ao Serginho Groisman um pouco da teoria que envolve esse tipo de comportamento. Voluntariamente internautas expõem suas vidas em forma de twitts, músicas, fotos, leituras e links. Ok, confesso que hoje eu me peguei preocupado até demais com o scrobler do meu player de mp3. Entrei no last.fm e não vi minhas músicas lá! Como assim? Até eu? Scroblear músicas é mais importante que ouvir? Vix.
Voltando pro Google Latitude, agora não falta mais nada: O Grande Irmão tem sua posição geográfica também. Cabe na cabeça esse barulho? Na minha não cabe. Mas mesmo assim, fanzão de tecnologias que sou, fui lá eu baixar o menino pro meu celular.
Os mais céticos dirão: Mas imagina uma frota de caminhões sendo monitorada? E se você pudesse saber exatamente onde está o carteiro que vai entregar seu headset do mercado livre? Ah, tecnologia nós já temos: GPS e 3G em celular estão aí pra isso. Agora é só inventar.
Mas, vem cá, pessoas normais usando isso? E o grande irmão agora também vai saber quando e onde você está. Ok, mas onde eu quero chegar? Não é post de teoria da conspiração. Google não obriga você a usar nada, a pergunta é do outro lado: E aí onde vamos parar? Por que sentimos essa necessidade aberrativa de abrir nossas vidas na internet? Ok virou um meta-post :)
8 comentários:
Eu sou um dos poucos caras que já enxergam o google como o vilão, o big brother. É só vc observar com calma e perceberá meu ponto de vista...
Eles utilizam as toneladas de informação e um punhado de analisador de dados - seja por meio de algoritmos ou simplesmente utilizando pessoas, os Numeratis - para decidir como e de que forma montar a primeira pagina do resultado da busca! a muito tempo que não é só pagerank que determina a primeira página ehehehe
E esse objetivo louco deles de armazenar/indexar toda informação do mundo? não seria exatamente um problema se não fosse o fato de eles só deixaram nós acessarmos essa informação depois de submetidos a uma dose de publicidade.
Minha única crítica ao google é a quantidade de publicidade que somos obrigados a ver o tempo todo o tempo quando utilizamos suas tecnologias ou quando visitamos outros sites resultados de busca. Essas páginas resultantes de buscas sempre trazem publicidade tradicional (os Ads normais) ou aquilo que chega até nós por meio da calda longa (Android é o exemplo de boa campanha de calda longa). Publicidade causa ansiedade e stress, sabia?! ;-)
Alias, Publicidade (tb chamado de marketing) é o mal do século 21.
Vou parar por aqui antes que me atirem pedras... mas acredite: o google vai passar de good boy pra evil logo, como aconteceu com a MS.
O Google Latitude nada mais é que simplesmente pegar uma informação que, de certa maneira, o Google Maps já tem (a sua posição) e juntar no seu perfil do Google.
Simplesmente a continuação do que o Google sabe fazer de melhor, que é CRM.
E eu já cresci o suficiente pra não acreditar que o Google é o good boy, da mesma maneira que cresci o suficiente pra não acreditar que a Microsoft é o bad boy... >:-)
Acho esta dicotomia bem/mau ultrapassada: o Google, como as demais empresas, possui intenções que podem ser individualmente consideradas boas ou más dependendo de como se alinham às nossas intenções.
Uma faca pode ser usada para cortar um pão ou esfaquear alguém. Facas são boas ou más?
BTW, uma coisa que me pergunto com freqüência é se quem se preocupa tanto com a privacidade não precisa/quer esconder algo... O que vocês acham?
Senhores,
Mas atentem que a discussão que eu proponho, e é o motivo do post, é a coisa que acontece ao contrário. Eu, você, internautas em geral sentem a necessidade de abrir suas vidas na web. Desde uma simples música scrobleada pro last.fm, até um post num blog. O que está mudando na nossa sociedade, por que precisamos disso, afinal?
Carlos e Cesar,
Se o Google é bonzinho ou não, bem, daí só esperar pra ver. Como Andrey disse, é bem difícil ter essa dicotomia hoje em dia. Não existe bem o mocinho e o vilão. Existem entidades mais circulares, que as vezes pisam na bola e outras vezes mandam bem.
O fato é que Google provê ferramentas, tecnologia e tal. Não nos obriga a usar nada. E essa é a idéia de big brother ao contrário, saca?
Andrey,
Cartas são públicas, muito menos contas de bancos ou chamadas telefônicas. Não é questão anonimato pra fazer besteira, é privacidade. Isso tem muito a ver com a lei do Azeredo sobre segurança e cibercrimes.
@Eduardo Otubo: o conceito de privacidade (e intimidade) não é muito claro para mim... lerei/pensarei mais sobre isso...
> Eu, você, internautas em geral sentem
> a necessidade de abrir suas vidas na
> web.
Do ponto de vista das empresas é de total interesse delas obter informações 'gratuita e voluntariamente' sobre nós.
Do nosso ponto de vista é tentador obter vantagens e saber coisas sobre os outros, ainda que tenhamos que liberar algo sobre nós para isso. Pode-se fazer algumas analogias com uma praia de Naturismo!? :-P
BTW, cada um DEVE estar ciente dos termos, risco e responsabilidades. E acho que este é um ponto fraco, pois quem já leu uma EULA?
Uma coisa que me passou pela cabeça agora: Uma das facetas de se expor na web é mostrar sua veia profissional. Seja por um blog técnico, seja por fotos bonitas ou twitts com opiniões pungentes.
Seguindo nessa mesma linha, expor sua poersonalidade faz você encontrar pessoas parecidas com você, sexo oposto talvez!
Pensemos...
Cara... eu tava pensando nisso ontem! Na verdade essa idéia começou a martelar na minha cabeça quando vi o anúncio que fizeram no jornal desse Google Latitude.
Cruzando com o fato de que agora ganhamos dinheiro por pedir nota fiscal paulista, o quer nos estimula a sempre pedi-la, começamos a criar um histórico com todos os lugares que compramos. Ou seja, estamos montando uma trilha por onde podemos ser seguidos, com o que gostamos, com o que consumimos, com os lugares que frequentamos. Somando ao Google Latitude, estamos tanto localizáveis agora quanto no passado.
Isso me faz lembrar aqueles filmes da década de 90, onde os detetives fuçavam no lixo das pessoas atrás de pistas. Lixo agora é para amadores! Tá tudo online! É só saber entrar...
Mas acho que o post do seu blog não é BEM sobre isso. Então, tentando entrar no tópico, acho que é inevitável a exposição virtual. Mesmo que não se tenha orkut, blog, ou não peça nota fiscal, tudo sobre você já está online. E quem é dono dessa informação retém o poder. A informação valendo mais que o próprio dinheiro, quem sabe.
Não sei se o Google tem boas ou más intenções, mas que ele é bem poderoso, não há como negar.
Aliás, vai no churras de 5 anos da Várzea?
Ah Eduardo, veja isso da melhor forma, com o Google latitude as pessoas irão economizar combustível, quando for encontrar alguém, basta parar e vê-la onde está, partindo do princípio que a mesma não deve se movimentar muito, nem ficar debaixo da ponte ou estacionamento subterrâneo, apenas você precisa ir de encontro. Huahuahuahua
Falando sério, você já viu o que mais cresce no mundo televisivo? Programas que adentram na privacidade das pessoas, em todos os canais abertos ou fechados, poderíamos criar uma lista imensa desse tipo, você tem Big Brother, Troca de Família, Supernanny, 10 anos mais jovem, isso apenas na tv aberta. De certa forma que o mundo interage, surge a necessidade das pessoas exporem, até mesmo sua intimidade para realizar-se o que para nós é muito estranho (você não iria querer alguém te esculachando porque se veste mal ou vendo a sujeira na pia da cozinha enquanto "educa" seus filhos!). Acredito que seja apenas uma moda passageira como foi o funk e o orkut está sendo (modismo).
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